Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Papo de Buteco 26 - A avestruz

Tenho este Buteco a muitos anos e posso te dizer que já vi de tudo.
Já vi Doutor, bastante conceituado, bêbado, que a mulher veio buscar e o levou pela orelha, mulher bicuda dando em cima de homem e eles correndo como o diabo da cruz, homem com homem, mulher com mulher, velho com garotinha “apaixonada”, velha com garotão mais “apaixonado” ainda, Governador bebaço, que o motorista colocava no banco de traz do Dodge Dart e levava pra casa toda noite. E Governador dos bons...
Mas caso como esse que eu vou contar pra vocês agora, eu confesso que nunca tinha visto.
Tarde quente, Buteco meio vazio, pessoal meio dolente.
Parece o dia propicio para que essas coisas inusitadas aconteçam.
Dia de Buteco lotado, nunca ocorre nada deste tipo. Depois a gente conta e ninguém acredita, e não tem testemunhas pra provar....
O pessoal fala que dono de Buteco e pescador são feitos da mesma massa, massa danada de ruim...  Mas eu conto mesmo assim:
 Nesse dia, quente, pessoal vagabundeando,  um homem entra num Buteco com uma avestruz atrás dele.
Os garçons já olharam pra mim com aquela cara: “Lá vem confusão!!!!”
Buteco vazio, mandei que um deles ir atende-lo.
O garçom foi recebê-lo, com aquela cara de sonso, fingindo que não via a avestruz, logo  já perguntou o que ele queria.
O homem então pede: 
- Um hambúrguer, batatas fritas e uma coca.
E imediatamente vira-se para a avestruz:
- E você, o que vai querer
- Eu quero o mesmo, responde a avestruz.
O garçom ficou com a cara mais sonsa ainda:
_ O cara vem com uma avestruz e ela ainda fala?
Um tempo depois o garçom traz a conta no valor de R$ 32,50.
O homem coloca a mão no bolso, sem olhar tira o valor exato para pagar a conta e encaminha-se para a saída, sempre acompanhado pela avestruz.
No dia seguinte o homem e a avestruz retornam e o homem diz:
- Um hambúrguer, batatas fritas e uma coca.
E vira-se novamente para a avestruz:
- Eu quero o mesmo , responde a avestruz.
Após comerem de novo o homem coloca a mão no bolso e tira o valor exato para pagar a conta.
Isto se torna uma rotina, dia após dia,  até que um dia o garçom pergunta:
- Vão querer o mesmo de sempre?
- Não, hoje não vamos comer hambúrguer, hoje é sexta e eu quero um filé à francesa com salada de palmito, diz o   homem.
- E eu quero o mesmo diz a avestruz.
Após trazer o pedido, a garçonete trás a conta e diz:
- Hoje são R$87,60.
O homem coloca a mão no bolso e novamente sem olhar tira o valor exato para pagar a conta, colocando também em cima da mesa.
O garçom não controla a sua curiosidade e pergunta:
- Desculpe, senhor, mas como o senhor faz para ter sempre o valor exato na hora de pagar a conta?"
E o homem responde :
- Há alguns anos eu achei uma lâmpada velha e quando a esfregava, para limpar apareceu um gênio, igual aqueles das historias e me ofereceu 2 desejos.
- Com apenas dois desejos eu pensei bastante e o meu 1º desejo foi que eu tivesse sempre no bolso o dinheiro exato que  precisasse para pagar o que eu quisesse comprar.
- Que idéia brilhante! falou o garçom.
- A maioria das pessoas deseja  ter um grande valor em mãos, muitos bens, propriedades ou algo assim.  Mas o senhor vai ser tão rico quanto quiser, enquanto viver!
- É verdade, tanto faz se eu for pagar um litro de leite ou um Mercedes, uma barraca ou uma mansão, tenho sempre o valor necessário no bolso. Respondeu o homem.
E o garçom perguntou:
- Agora, o senhor pode me explicar, tendo dinheiro para ter o que quiser, porque o senhor anda com essa avestruz?
O homem faz uma pausa, suspira, tristonha e lentamente responde:
- O meu 2º desejo foi ter uma companheira constante, do jeito que eu gosto, com bunda grande, pernas longas e que concordasse comigo em tudo...

É aquela historia, o cara tem que saber pedir, é ou não é? Não explicou....  Se ferrou!!!!!!
E eu conto isso pros outros e ninguém acredita, não sei porque!!!!

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