Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cachaça


Desde que a cachaça é cachaça, sempre teve o nome de cachaça.
Mas os que bebem, gostam de chamá-la de um jeitinho especial.
Tem aqueles que batizam a cachaça com sinônimos: 
aca, aguardente, birita, cana, caninha, calibrina, cumbé, caiana, caxixi, jinjibirra, marato, monjopina, parati, pinga, tafia, tiquirá, uca, etc.
Há os que a chamam por objetivos: 
abrideira, azuladinha, branquinha, brasileira, boa, danada, espírito, elixir, homeopatia, imaculada, limpa, lisa, malvada, perigosa, preciosa, pura purinha, remédio, teimosa, etc.
Ainda vamos encontrar os que preferem exaltar jocosamente suas propriedades: 
aquela que matou o guarda, água benta, água de briga, água de cana, água que gato ou passarinho não bebe, arrebenta peito, engasga gato, espanta moleque, esquenta por dentro, guarda chuva de pobre, já começa, mata bicho, meu consolo, quebra goela, sumo de cana, suor de alambique, tira juízo, tira teima, leite da mulher amada, etc.
Ainda poder-se-á chamá-la por nomes de mulheres: 
Dona Branca, Maria Branca, Santa Maria, Sinhazinha e vai por aí a fora.
O “Caxixi”, por exemplo, é a cachaça de péssima qualidade, a primeira a cair do alambique.
A de mau gosto é chamada de “Aca”.
A “Caiana”, originariamente era produzida com cana Cayana e o “Táfia” era produzida do melaço.
Quando a cachaça transpõe fronteiras, nos Estados Unidos passa a se chamar SUGAR CANE BRANDY, na França, EAU DE VIE e na Alemanha, SCHNAPS.

Mas os dois nomes mais conhecidos da danada são mesmo a Pinga e Aguardente.
Vocês sabem de onde surgiram esses nomes?
Uma amiga querida, a Cristie, do Cult Space, publicou outro dia esse post:

MOMENTO MANGUAÇA CULTURAL


"Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo e fermentado.
Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado:
O "azedo" do melado antigo, que era álcool, aos poucos foi evaporando, formando no teto do engenho goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome "PINGA".


Quando a pinga batia nas suas costas, marcadas com as chibatadas dos feitores, ardia muito, por isso deram-lhe o nome de "ÁGUA-ARDENTE".
Caindo em seus rostos, escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres, repetiam o processo."

Será que a historia é essa mesmo?
Pode até não ser, mas que é interessante, isso é.
Tem até um fundinho que dá pra acreditar......

(Essa história dos nomes Pinga e da Aguardente é contada no Museu do Homem do Nordeste).


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