Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Comemoração Natalina.


Embora muita gente aguarde com ansiedade, e muita, pelas festas de fim de ano, tem muita gente que não gosta. Eu sou uma delas!  Os motivos que fazem algumas pessoas enaltecerem essa época do ano são os mesmos que fazem outros, como eu, não as curtirem nem um pouco.
Interessante como estas épocas demarcadas nos fazem ter reações comportamentais de acordo com o que esperam da gente. O pessoal do marketing trabalha em cima do consumismo desenfreado, superlotam as mídias com todo tipo de campanha e nos vamos atrás como vaquinha de presépio. (opa, até a expressão entra no clima!)
O mais difícil dessas festas é armar uma cara apresentável, para que não ganhe o titulo de cri-cri e tomar muito cuidado para ninguém nos ver bocejando ou com aquela cara de blasé.
Para não ficarmos por fora da onda ou sermos tachados de indelicados, muquiranas e mãos de vaca, insociáveis, insensíveis, grosseiros ou no mínimo mal educados, temos que participar sorridentemente de todas as confraternizações que nos convidam, até mesmo do execrável “amigo oculto”.  Acho que o cara que inventou isso deveria, na melhor das hipóteses, ser malhado como Judas ou, vestido de mulher adultera, ser enviado aos tribunais do Iran.
Você, nessa época é intimado a dar presentes! Eu sempre achei que presentes se dá em qualquer época, independente de datas, e são dados pelo prazer de agradar e nunca pela obrigação de retribuir. .Onde estar o dar sem esperar receber nada em troca? Não é esse o espirito fraternal do Natal?
Confraternização! Quem não se confraternizou o ano inteiro vai se confraternizar de data e local marcados? Necas, nunquinhas!  Aquela historia de, chegando a sua vez, você se levantar e descrever as características de seu “amigo”, a hipocrisia é de matar e cresce exponencialmente. E nessa época todos ficam bonzinhos, mesmo aquele que passou o ano inteiro te puxando o tapete, te repudiando, menosprezando, fofocando pelas costas. Não é numa época programada que a bondade e a tolerância desta pessoa vai florescer. Os próximos dias que o digam. As vezes estas festas só servem para nos fazer baixar a guarda e as consequências quase sempre são funestas.
Geralmente nessas festas, poucas pessoas pensam realmente na pessoa que sortearam e buscam levar um presente que realmente lhe agrade. A maioria busca um presente o mais próximo possível do preço estipulado, sem ao menos pesquisar o gosto de seu “amigo” oculto. Até hoje não consigo entender como esse pessoal consegue comprar presentes que não significam nada, não servem para nada e são de extremo mau gosto. Na hora da abertura dos presentes, as caras de tacho dominam a mesa e s comentários ao pé do ouvido proliferam. Confraternização?
Tenho dó de quem tira o chefe! O coitado empenha todo o seu decimo terceiro para comprar um presente e na hora da entrega, toda turma uníssona grita: Olha o puxa saco! Deprimente.
Isso sem contar o fim de festa, onde surgem as bebedeiras homéricas e cafonas de homens e mulheres ridiculamente celebrando sua desabusada falta de senso crítico. Como tem gente que fica bêbada e inconveniente. E os encalhados e encalhadas vão invariavelmente para o 'tudo ou nada'? Haja espaço para a “vergonha alheia”
Para quem esta de mal com a vida então, o mal-estar do final do ano, assim como a expectativa do ano novo, são muito mais fortes do que a angústia do domingo à noite, aquela que vem logo que termina o Fantastico. Assim como o final do domingo, essas datas marcam com mais exatidão aquilo que se foi, que se perdeu, trazendo a tristeza das promessas não realizadas, dos sonhos desfeitos e o medo de novas frustrações no futuro. Nessas situações, quem esta mal, não pensa na perspectiva de uma virada, de um recomeço, de uma nova vida. Geralmente a alegria dos outros, mesmo que muitas delas sejam maquiadas, lhes provoca ainda mais um sentimento de depressão, de derrotismo, de tristeza.
O Natal, para mim, se transformou numa festa onde as pessoas se embriagam no consumismo, gula desenfreada e frenética busca pelo nada. Correr às lojas ensandecidamente, comprando a torto e direito, tendo ou não dinheiro, não me parece ter nada a ver com espírito de reflexão e confraternização que supostamente deveria significar a data que os cristãos surrupiaram  das festas pagãs.
Portanto minha gente, não me deseje Feliz Natal. 
Deseje-me sorte, saúde, muito trabalho e torça para que meus sonhos se realizem, além de, é claro, muita felicidade junto aqueles que me são caros.
E é exatamente isso que desejo a todos vocês que, espontaneamente, estão sempre aqui comigo e que me são muito queridos. Com vocês por aqui, todo dia é Natal. 
Vocês são o meu presente!


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