Tela do artista plástico moçambicano Antero Machado.

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

NOSSA LÍNGUA


Sinceramente eu me acho um bom contador de historias. 
Eu percebo que eu inicio um texto, dou uma recheada nele criando o cenário, dou prosseguimento à fala, crio um clima, ate levar ao clímax. Funciona.
Mas, dando mão a palmatória, meu português é bem ruinzinho.
Sempre fui acostumado a falar e não tenho inibições quanto a isso. No falar, a gente usa expressões idiomáticas, regionais e culturais, que nem sempre são aceitas na escrita. O falar errado chega a ser natural, inclusive com erros de concordância, muito comuns.
Não sei se para vocês as coisas funcionam assim, mas ao ouvir uma pessoa falando um português correto, completamente dentro das regras, a pessoa me soa pedante. Pode até não ser, mas que parece ser, parece!
Mas o escrever é difícil demais. Principalmente em português.
Confesso que nem olhei essa nova regra ortográfica, pois eu nem sei a velha.....
Para demonstrar a dificuldade do uso correto de nossa língua, publico este texto do qual desconheço a autoria e que tenho guardado já há algum tempo, dando exemplos da nossa fala extremamente viciada.
Viciada, com o uso de palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'.
Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:

- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exata
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente  excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito.

Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada?  
É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias, embora muitas vezes as usemos para reafirmar a intensidade do fato ( Para um contador de histórias eu as acho fundamentais)
Devemos ficar atentos  às expressões que utilizamos no nosso dia-a-dia.
Em ocasiões formais não podemos continuar caindo nesta armadilha, não é mesmo?





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