Sinceramente eu me acho um bom contador de historias.
Eu percebo que eu inicio um texto, dou uma recheada
nele criando o cenário, dou prosseguimento à fala, crio um clima, ate levar ao
clímax. Funciona.
Mas, dando mão a palmatória, meu português é bem
ruinzinho.
Sempre fui acostumado a falar e não tenho inibições
quanto a isso. No falar, a gente usa expressões idiomáticas, regionais e
culturais, que nem sempre são aceitas na escrita. O falar errado chega a ser
natural, inclusive com erros de concordância, muito comuns.
Não sei se para vocês as coisas funcionam assim,
mas ao ouvir uma pessoa falando um português correto, completamente dentro das
regras, a pessoa me soa pedante. Pode até não ser, mas que parece ser, parece!
Mas o escrever é difícil demais. Principalmente em
português.
Confesso que nem olhei essa nova regra ortográfica,
pois eu nem sei a velha.....
Para demonstrar a dificuldade do uso correto de
nossa língua, publico este texto do qual desconheço a autoria e que tenho
guardado já há algum tempo, dando exemplos da nossa fala extremamente viciada.
Viciada, com o uso de palavras diferentes, mas
com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima'
ou o 'descer para baixo'.
Mas há outros, como você pode ver na lista a
seguir:
- elo - acabamento - certeza - quantia - nos dias 8, 9 e 10, - juntamente - - em duas metades - sintomas - há anos - vereador - - detalhes - a razão é - anexo - de sua - superávit - - conviver - fato - encarar - multidão - amanhecer - criação - retornar - empréstimo - surpresa - escolha - planejar - abertura - - a - - comparecer - gritar - propriedade - - a seu critério - exceder Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma
surpresa esperada?
É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições
desnecessárias, embora muitas vezes as usemos para reafirmar a intensidade do
fato ( Para um contador de histórias eu as acho fundamentais)
Devemos ficar atentos às expressões que
utilizamos no nosso dia-a-dia.
Em ocasiões formais não podemos continuar caindo
nesta armadilha, não é mesmo?
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